Anarquia e Líderes Políticos

Claramente, existe toda uma classe de pessoas que ganham imensos lucros, prestígio e poder da existência do governo. É igualmente verdade que, como coletivo, essas pessoas tem enormes controle e influência sobre as mentes das crianças, desde que é o mesmo governo que educa virtualmente toda criança durante seis ou mais horas por dia, cinco dias da semana, por quase uma década e meia de seus anos de formação.

Para analisar a situação, podemos nos imaginar surpresos que crianças de 14 anos vindos de uma educação religiosa geralmente acreditariam na existência e virtude de Deus? Estaríamos surpresos se fortes argumentos ao ateísmo fosse deixado fora de uma currículo expressamente desenhado por sacerdotes, que lucram diretamente da manutenção da crença religiosa? De fato, nós esperaríamos que tais crianças fossem ativamente treinadas na rejeição de argumentos ateístas – inoculados contra isso, se assim podemos dizer, para que eles reajam com escárnio ou hostilidade a tais argumentos.

Nós bem podemos segurar nossa respiração esperando a próxima propaganda da General Motors falando dos defeitos de seus carros, e as virtudes dos veículos de seus competidores. Ou talvez deveríamos esperar o McDonald’s uma descrição de imagens detalhadas de artérias obstruídas?

Se o fizermos esperaremos em vão.

Semelhantemente, quando o governo treina as crianças, como esperamos que o governo se comporte? Esperaríamos que professores pagos pelo governo fossem falar abertamente a respeito das raízes do poder do estado, o qual é a iniciação do uso da força contra cidadãos legalmente desarmados? Esperaríamos que eles abertamente e honestamente falassem sobre a origem de suas receitas, os quais são os impostos sobre a propriedade que são forçadamente extraídos dos país de seus estudantes?

Esperaríamos que esses mesmos professores falassem a respeito de como o poder do governo cresce através de pressões infindáveis e da ganância de grupos de interesses especiais, que desejam livrar-se dos custos da coação violenta de sua ganância às custas dos contribuintes que eles de fato oprimem.

Claro que não!

Isso não acontece porque professores são maus, mas porque as pessoas respondem a incentivos. Se verdade básicas sobre história, lógica, ética e realidade são um inconveniente àqueles no poder – como inevitavelmente são – os que são pagos pelos poderosos quase nunca falarão deles. Não esperaríamos que um professor da era Stalinista falar sobre as glórias do capitalismo; não esperaríamos que um professor pré Guerra Civil Americana ensinasse às crianças dos donos de escravo sobre os males da escravidão; não esperaríamos que um instrutor em West Point falasse sobre os males e a corrupção do complexo militar-industrial, não mais do que esperaríamos o Vaticano voluntariamente iniciar uma discussão sobre os abusos dos padres Católicos.

Podemos ver esses fatos básicos sem qualquer rancor, mas com uma suave, quase agradável, simpatia pelos inevitáveis e corruptos efeitos do poder violento.

Essa é sem dúvida uma perspectiva torta para começar a examinar a obscura, úmida e enevoada floresta de propaganda com a simples luz da verdade, mas isso é o que ser um anarquista se trata.

Um anarquista aceita a simples e básica realidade de que cada ser humano fundamentalmente valoriza a livre escolha em sua própria vida pessoal.

Um anarquista aceita a simples e básica realidade de que os que pagam as despesas sempre estão no comando – e aquele argumento contra a virtude e eficácia do poder político nunca será disseminado em um sistema educacional pago pelo poder político.

Um anarquista aceita a simples e básica realidade de que seres humanos tem, na melhor das hipóteses, uma relação ambivalente com o voluntarismo – e que seres humanos habitualmente evitam o desconforto da ambivalência e, por isso, não querem mais falar sobre anarquismo do que querem trazer a tona suas dúvidas religiosas durante a cerimônia de um casamento Cristão.

As barreiras a um entendimento razoável da perspectiva anarquista são emocionalmente voláteis, socialmente isoladoras e quase infindáveis. O anarquista razoável aceita esses fatos básicos – desde que fatos são o que a anarquia se trata – e se ele é verdadeiramente sábio ele se apaixona, ao menos um pouco, pelas dificuldade de seu dever.

Deveríamos amar as dificuldades que enfrentamos, porque se fosse fácil libertar o mundo, o fato do mundo estar tão distante de ser livre seria totalmente incompreensível...